Depois de um ano em que precisamos aprender a conviver com uma pandemia mundial, o Brasil volta a projetar crescimento econômico para o próximo ano.

O ano de 2020 foi cercado de incertezas e dificuldades impostas pela pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19). Todos esses acontecimentos criaram tendências de consumo e mudanças substanciais na vida das pessoas. Partindo desse princípio, especialistas do mercado imobiliário apontam uma tendência de recuperação consistente do setor e enxergam um ciclo de crescimento sustentado de vendas e lançamentos para o ano de 2021. Acredita-se que os novos empreendimentos devem contemplar as novas necessidades dos consumidores, principalmente no que se refere ao espaço interno das residências e na disponibilidade de áreas para uso comum dos empreendimentos verticais.

Essas questões foram levantadas na LIVE “Tendências do Mercado Imobiliário”, promovida pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF) no final do mês de setembro. Segundo o economista Celso Petrucci, vice-presidente de Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) o ano de 2021 deve ser de consolidação do mercado imobiliário. “Fecharemos o ano de 2020 com um mercado menor que o ano passado, mas com tendência de consolidação. Em 2021 teremos o que esperávamos para 2020, porém um mercado mais maduro e consistente”, disse.

 

Mercado imobiliário

Apresentando dados nacionais, o vice-presidente da CBIC destacou que o primeiro semestre de 2020 carregou os impactos negativos da chegada da COVID-19, mas o segundo inicia com sinais de retomada. Houve retração significativa no volume de lançamentos (43,9%) quando comparados o primeiro semestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior, e redução mais suave no volume de vendas (2,2%), no mesmo período. “Com a abertura dos plantões de venda a partir de junho, percebemos que a retomada começou a acontecer. De julho para cá, as notícias indicam melhora em relação ao primeiro semestre”, afirmou.

Após registrar queda de 2,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses do ano e recuo de 9,7% no período abril a junho, a economia nacional voltou a apresentar resultados positivos. O Indicador de Atividades (IBC-Br), calculado e divulgado pelo Banco Central, demonstra que a atividade econômica cresceu 9,47% no 3º trimestre em relação aos três meses anteriores. Esse resultado confirma que o País saiu da recessão técnica observada no primeiro semestre. “Medidas como o pagamento do auxílio emergencial, as linhas de credito criadas especialmente para dar um novo fôlego a economia, e a flexibilização do isolamento social certamente contribuíram para esse resultado”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, destacando o desempenho da construção civil, que está ajudando a incrementar as atividades do País.

De julho a setembro, o setor gerou mais de 137 mil novas vagas com carteira assinada. No acumulado dos nove primeiros meses do ano a construção é um dos setores que apresentam resultados positivos em seu mercado de trabalho com a criação de 102.108 novas vagas.

O crescimento esperado do mercado imobiliário será um grande indutor do desenvolvimento do País em 2021. Projeções do Banco Central do Brasil indicam que a taxa de juros básica (Selic), deve atingir 2% anuais. Além disso, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a crescer em 2021, após a queda de 4,66% nesse ano. A expectativa é que, em 2021, o PIB atinja um crescimento de 3,31%, de acordo com o último relatório Focus divulgado no último dia 13 de novembro*.

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